terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Não seremos todos andaimes? E os Deuses apoiam-se-nos em cima, enquanto trabalham na construção de novos andaimes, e mandam piropos ao Universo que passa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Os aforismos que eu vos deixo

Por natureza, eu regular-me-ia pela lei do menor esforço. O problema é que sou demasiado anárquico para me reger por leis (e sou demasiado indolente para me dar conta da sua própria existência) e, mesmo que estivesse predisposto a tomar conhecimento de uma lei, e ter a disponibilidade de a acatar, dar-me-ia demasiado esforço fazê-lo.
Estaria, no fundo, a submeter-me ao esforço de uma lei menor.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Amparem-me a queda, raios,
Que eu corro riscos,
Ao tentar fugir do meu quarto,
Tornado minguante,
a cada compasso dado.
Salto para a rua,
e subo ao telhado
da face oculta da lua.
Ilumino-me com os seus ténues tons de sépia,
Que se tornam crescentes,
Talvez para, de forma inconsciente,
E até um pouco contida
Fazerem companhia à ursa, a menor,
Que se tornou ultra violetamente colorida.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Propósito de Star Trek

Dizem que a nova versão Holywoodesca do Star Trek está bastante boa. Contudo, sempre que falam numa revisitação Cinematográfica dessa série, lembro-me sempre da enorme injustiça que prevalece até hoje, e que leva o comum dos mortais e, até, muitos e bons críticos, a esquecerem a melhor adaptação que já houve das aventuras do Captain Kirk e do Mr. Spock. Falo da clássica obra-prima turca de 1973, "Turist Omer Uzay Yolunda" que, mesmo nos dias de hoje, nos consegue fazer estarrecer com o seu fantástico argumento, e estonteantes efeitos especiais.
Felizmente que há o youtube, essa Cinemateca do Século XXI, e que nos faz reviver essas pérolas perdidas numa galáxia distante, longe das modernas naves das hiper produções americanas actuais.
Ficam aqui dois clips, que captam alguns momentos do filme. O primeiro apresenta um pouco os personagens, o segundo, que é bastante curto, mostra uma cena de luta plena de suspense, capaz de rivalizar com o melhor Hitchcock, misturado com o melhor Tarantino.




terça-feira, 26 de maio de 2009

As maravilhas dos parques da Disney

Os The Fall, liderados por Mark E Smith, são uma das minhas bandas preferidas. Devo ter uns 15 discos deles (ou seja, para aí metade da sua discografia de álbuns originais).
O mau feitio de Mark E Smith, e o seu humor sardónico, fazem esquecer, por vezes, que eles até têm um bom punhado de músicas pop cantaroláveis. Para além disso, a sua pronúncia indecifrável não nos faz perceber a maior parte das coisas que ele diz nas suas belas letras.
Vou meter uma canção da sua colheita pop-atmosférica, de seu nome "Disney's Dream Debased", tirada do álbum "The wonderful and frightening world of The Fall".
A letra fala de um dia passado num parque de animações da Disney, e de um acidente real que por lá ocorreu, e que envolveu a decapitação de um pobre visitante do Parque, por causa de um defeito numa montanha russa (ou algo do género). Aqui fica a letra, e a música:

The day the dream went right back to base
There was blood on the ground
Blood on the sand
Blood all around
Tracks of the ride of the bright murder hawk
The day the dream debased and went home
And the people did mill to those adrenaline rails
And everything stopped

The nurses climbed up
Our face paled
And there was no doubt at all
No two ways about it
Was the day Disney's dream debased

Saw a mouse, who flapped at my wife
And she told him what
And she told him what had gone down
Who then did not know the extent of the show
The people had died in the mouth of their ride

And Dopey and Mickey, Brer and Pluto
Secretly prayed
And there was no doubt at all
No two ways about it
Was the day Disney's dream debased

Dark glasses on Western Union
Man the gates
The dream, an innocent meets her fate
Far away from Appalachia and the city hate
The day X3

When there was no doubt at all
No maybe about it
It was the day the dream debased

I remembered it from
The back of my mind
The tune that I wrote
In fallen dreams
Anthem to
Creator of all that had stopped

So there was no doubt at all
No two ways about it
It was the day the dream debased

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Aniversário da Estátua do Cristo Rei-2

Contudo, nem tudo foi pacífico, e a procissão da imagem da Nossa Senhora foi bastante polémica, e atribulada. Muitos manifestantes manifestaram o seu descontentamento, e mostraram lenços brancos enquanto passava a imagem da Virgem.
Vários analistas dizem tratar-se de um sinal de descrédito nas religiões organizadas. O porta voz da Nossa Senhora desdramatizou a situação, e afirmou apenas que "se trata de uma coisa normal na vida de uma santa, no mundo da religião", e que "melhores tempos virão".
Fica aqui a imagem do descontentamento:
http://www.rr.pt/multimedia.aspx?FileId=522460&TypeId=3&pagina=1&search=Fátima#pesquisa

O Aniversário da Estátua do Cristo Rei-1

Celebrou-se, no passado Sábado, dia 17 de Maio, o 50º Aniversário da Estátua do Cristo Rei, em Almada http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristo-Rei . A festa foi de arromba, e trouxeram, especialmente, do Santuário de Fátima, a imagem da Nossa Senhora. A dita imagem andou a ser passeada por várias ruas em Lisboa, antes de ter sido levada, de barco, no rio Tejo, até à outra margem. Eis um vídeo do embarque: http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/994915.html
Tira-se daqui a seguinte conclusão: a capacidade que Jesus Cristo tinha em andar sobre as águas não era hereditária, pelo menos, do lado da mãe.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Conversa de Café, 2ª Feira de Manhã

- Então, como estás?
- Como estou, ainda perguntas? Depois da roubalheira que o meu clube levou no Sábado, isto é uma vergonha, só mafiosos, devíamos era varrer todo este cancro que anda para aí nos clubes, estes cancros de arbitragens, e de dirigentes desportivos...
- E foste votar ontem?
- Se eu fui votar ontem? Achas? Com este cancro que corrompe o Poder Local, o Poder Central, as Regiões Autónomas....isto está tudo minado, digo-te já, o cancro anda a alastrar desde Lisboa, até todas as aldeias, está tudo doente.
- E viste o programa de televisão que deu....
- Tás maluco? A comunicação social, desde os jornais, até à televisão, está tudo dizimado pelo cancro, doentes até à medula, tudo uns corruptos, desde o jornalista mais reles, até aos presidentes de todos os canais, ninguém se safa deste cancro maligno que se tornou a informação nesta pseudo democracia que....
- Olha, e mudando de assunto...como é que está a tua sogra?
- Bem.....infelizmente acabou por falecer o mês passado, vítima de uma doença prolongada....

quarta-feira, 29 de abril de 2009

a pandemania de não chamar os porcos pelos seus nomes

Está na moda a gripe suína, a tal variante do vírus H1N1. Uma nova variante do vírus pode ser transmitida entre humanos, e é considerada epidémica, no México. O governo mexicano anunciou existirem cerca de 150 mortes confirmadas causadas pelo H1N1 e mais de 1600 casos suspeitos, o que levou a Organização Mundial de Saúde a declarar que a doença é uma "emergência na saúde pública internacional". À hora do fecho deste post tornou-se uma Pandemia.
Todavia, não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos, uma vez que, se a carne for cozinhada a 70 graus Celsius, provoca a destruição do vírus da gripe suína.
Os telejornais portugueses falaram, há uns dias, com vários interessados na matéria, incluindo, obviamente, os produtores e as associações de produtores de porcos.
Um dos produtores de porcos disse, indignado, à televisão: “parece incrível, estarem a formular estas falsas especulações em torno da carne de porco, que é perfeitamente segura. De resto, nem sei porque é que esta doença se chama gripe suína, é só para causar alarmismos. Cá para mim, a doença deveria chamar-se "Gripe Mexicana.”

No dia seguinte, o Jornal Público tomou o partido dos pobres porcos difamados, e tratou de repôr justiça no nome da doença, passando a cognominá-la "Gripe Mexicana".
Acho bem. Além de porcos, já os chamavam causadores de pandemias. Antes os mexicanos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Os Dias do Namorado


O namorado morto
É o namorado perfeito.
Acreditas que continuará a olhar por ti,
Espreitando sorrateiramente lá do além
Sabias sempre onde se encontrava
E que te escutava
Quando lá ias meter uma flor.
O sorriso eternizou-se naquela fotografia que emolduraste,
E na hora da verdade
No momento da extrema-unção
Declaraste-lhe a tua paixão
E juraste eterna fidelidade
Ao teu amante perpetuamente jovem, a imagem ideal.
Não se deturpa, não se gasta, nem se transforma em sapo.
Mesmo quando estava lá debaixo da terra
Não deixava de vir à tona.
Atormentando-me, para onde quer que eu fosse,
Alma penada gentil.
Por muito ridículo que possa parecer, dele sinto ciúmes.
Principalmente, desde que o desenterraste
E o trouxeste numa mala
Que depositaste no meio da sala
Mesmo em frente à televisão.
por isso, querida, larga-o, e pára de brincar
vamos acabar de jantar,
Até porque já estou a ficar maldisposto
com o teu namorado decomposto
que me está a tapar o ângulo de visão.





terça-feira, 21 de abril de 2009

Obituários Anunciados

Há uns meses, andava a ler um livro do Harold Pinter, quando soube da sua morte.
Ontem, continuei a ler uma Antologia de contos do Ballard, sem fazer a mínima ideia de que ele morrera de véspera.
Preparo-me agora, finalmente, para ler alguma coisa da Margarida Rebelo Pinto.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Conselhos a dar a um escritor consagrado quando tem de dar conselhos a um jovem escritor iniciado:

1-Se o jovem escritor lhe tiver enviado (por carta, ou por mail) algum manuscrito, para que lhe dê sugestões, diga-lhe que o vai ler com cuidado, e depois dará uma opinião, na altura devida.
2- Demore sempre alguns meses a responder. Assim, pode ganhar tempo, enquanto pensa numa resposta para dar ao jovem escritor, e dá sempre a impressão de viver muito ocupado, e de estar a debruçar-se com atenção nos textos do jovem escritor.
3- Salvo raras excepções, NUNCA leia o texto que lhe foi entregue. Não há qualquer vantagem nisso. Se o jovem escritor for medíocre, perderia tempo a ler inutilidades. Se o jovem escritor for talentoso, só serve para ficar deprimido com a qualidade dos escritos ou, então, para ficar preocupado com a futura concorrência, que se adivinha.
4- Passado uns meses, comece a responder às chamadas do jovem escritor que, entretanto, já está ansioso para ouvir uma resposta. Diga-lhe que lhe quer falar um dia.
5- Acabe por lhe responder, de preferência, por carta, ou por mail (mas nunca na presença física do jovem escritor). Assim, controla o tempo da conversa e responde apenas ao que quer.
6- Durante a conversa, seja vago: nunca faça alusões específicas aos textos (uma vez que nem sequer os leu). Diga que os leu imediatamente depois de lhe terem sido entregues e que agora, passados estes meses, não os tem bem presentes na memória.
7- Não seja nem demasiado crítico nem demasiado benevolente. Diga que o jovem escritor tem talento, mas precisa de o trabalhar.
8- Se o jovem escritor lhe pedir sugestões, responda-lhe que não as vai dar, pois estaria a intrometer-se no caminho que o jovem escritor tem de trilhar. Diga-lhe apenas que “só ele é que sabe o que deve fazer”.
9- Incentive-o a continuar a escrever. Se o jovem escritor for fraco, nunca aparecerá nas notícias. Se for bom, pode sempre juntar-se aos seus apoiantes, no futuro, e dizer que sempre acreditou no seu talento.

10- Este é o mais importante. Mas não o vou revelar. A profissão de escritor é a mais solitária deste mundo. Caberá ao escritor consagrado trilhar o seu caminho, para chegar à revelação deste conselho.

domingo, 12 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

As Poéticas do Rock

Agora que já acabou o Colóquio “Poéticas do Rock em Portugal” (a programação está neste blog: http://poeticasdorock.blogspot.com), vou tecer algumas breves, e simples considerações pessoais:
1- A adesão do público não foi espectacular. É certo que os horários não eram os mais indicados, e estamos em período de Páscoa (por isso, os jovens estarão, certamente, em casa, reflectindo sobre o sacrifício de Jesus Cristo). De qualquer forma, contava que esses mesmos jovens, ou o pessoal entusiasta, que esgota, com antecedência, todas as sessões do Doc Lisboa ou do Indie Lisboa comparecesse um pouco mais.
2- Por falar em público, vou falar um pouco mais deste, mas do Público com P grande, aquele que tem um suplemento chamado Ipsílon, e que não se deu ao trabalho de fazer a mais pequena referência a este evento, nas páginas desse pasquim cultural. É sempre preferível fazer exclusivos dos concertos em Londres das novas cantoras promessa da cena folk-rock internacional.
3- Por falar em líricas pop-rock, falemos dos Artistas Nacionais. Como se pode ler na programação, para o dia 7 de Abril, foram convidados, para a mesa redonda, 4 músicos. Apareceram dois: JP Simões e Fernando Ribeiro (que falaram bastante bem). No dia seguinte, apareceu mais gente. Falando apenas nos músicos, Manuel João Vieira chegou a 10 minutos do fim, e estava lá Tiago Guillul.
4- A maior parte da assistência limitava-se a aparecer apenas para os debates entre músicos, na mesa redonda. A chegada dos fãs de Moonspell, com as suas botifarras barulhentas, fazia-se ouvir à distância.
5- Mário Jorge Torres (curiosamente,jornalista do Público), foi uma péssima escolha para moderador.
6- Tiago Guillul terá resumido o espírito com que a malta em geral (público, Públicos e afins, músicos e artistas) encara a lírica do rock em Portugal: será, segundo palavras que este músico disse (mais coisa, menos coisa), o mais anti-rock possível estar a discutir líricas rock em Universidades. Por isso, a maior parte dos músicos convidados (aqueles que se abstiveram de aparecer), teriam tomado a melhor decisão possível. Para quê estar a construir teorias à volta da música (incluindo aquelas teorias que não consideram as líricas rock uma arte “menor”) quando, no fim de contas, “It’s Only Rock and Roll”?
7- Apesar de tudo, um balanço positivo (da parte de um músico praticante de vez em quando, não profissional, e que gosta de escrever umas coisas e de gostar de líricas rock).

terça-feira, 17 de março de 2009

Talk Talk

Os Talk Talk foram uma das mais bizarras bandas dos Anos 80. Começaram por cantar melodias acompanhadas por sintetizadores, com uma sonoridade muito Duran Duran.
De repente, abandonaram os sintetizadores, e transformaram-se na banda inclassificável do magnífico "Spirit of Eden", lançado em 1986, e que veio a influenciar muitas bandas dos anos 90, como os Radiohead, ou os Sigur Ros.
Fica aqui o tema "I believe in you", com um vídeo a acompanhar, que não foi, de forma alguma, criado para o tema, mas que até nem fica mal (será por causa dos gatos?).

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Tinha um álibi quase perfeito. A sua única, e pequena falha, residia no facto de ser totalmente falso.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O fenómeno tuga no estrangeiro

Os portugueses têm a mania de reinvindicar para si uma pequena fatia de todos os êxitos internacionais. Quando surgiu a notícia de que Barack Obama poderia arranjar um cão de ascendência portuguesa foi a loucura que se viu. Depois, há sempre um luso descendente que é cozinheiro ou limpa chaminés de alguma personalidade famosa.
E as referências portuguesas que têm visibilidade a nível internacional, tirando, obviamente, os futebolistas?
Como são poucas, fartamo-nos de falar da portuguesíssima Nelly Furtado.
Mas esquecemo-nos de outros nomes, curiosamente.
Quem é que conhece a Ana da Silva? Perguntarão: quem??
A Ana da Silva é portuguesa, e fez parte de uma banda de culto dos Anos 80, formada em Inglaterra, de seu nome Raincoats (Ana da Silva era vocalista,guitarrista e compositora). Lançaram, nessa altura, 3 álbuns de originais, antes de se separarem. Mas geraram um enorme culto em seu redor, que incluía, como fã....Kurt Cobain, dos Nirvana, que, aparentemente, as colocou numa Lista de 50 Bandas Favoritas. O próprio Kurt Cobain convenceu-as a reunirem-se de novo, nos anos 90, para fazerem mais um disco, e uma digressão.

Tudo isto para dizer que nunca vi nenhum disco destas senhoras à venda por cá. É pena, que são bem melhores que a Nelly Furtado (é claro que as músicas delas são um pouco estranhas, e podem assustar um bocado, ao princípio).


sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Dica da Semana

Gosto de ler, de vez em quando, a Dica da Semana. As suas anedotas elevam o mau para um grau incomensurável, e tem sempre umas entrevistas com actores semi-semi-famosos.
Esta semana, uma das anedotas rezava o seguinte: "o miúdo avisa o senhorio que veio cobrar a renda atrasada:
- não adianta ficar à espera do meu pai. Ele não vai voltar.
- e como é que sabes que ele não vai voltar?
- ora, porque ele ainda nem saiu!"

Quanto à entrevista, é com a actriz Liliana Santos, dos Morangos Com Açúcar e do recente filme, ao que parece, tenebroso, "Second Life".
O título da entrevista advém de uma frase que ela disse a certa altura: "QUEM TEM PRECONCEITOS NÃO PODE SER ACTOR".
Sem reparar muito bem, Liliana Santos foi sincera e fez uma assunção de culpa, admitindo a sua condição de Não-Actriz. Esta foi a Dica da Semana.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Memórias 80's- The Gist

Stuart Moxham foi o fundador, e principal compositor, de uma breve banda, os Young Marble Giants, que existiram durante uns dois anos, e só lançaram um álbum. Sucede, porém, que esse disco (o magnífico Colossal Youth) é das melhores coisas que saíram dos anos 80.
A solo, Moxham teve uma carreira discreta. Parece que lançou alguns álbuns, que passaram despercebidos.
Em 1982, logo depois do final dos Young Marble Giants, formou outra banda, os igualmente efémeros "The Gist", que lançaram também apenas um álbum, de seu nome "Embrace The Herd".
Ao contrário dos Young Marble Giants, os Gist não são muito falados hoje em dia. Ao seu disco, falta-lhe um bocado do fulgor de Colossal Youth, mas também é bom.

Meto aqui o single extraído do disco dos The Gist, "Love At First Sight", uma pequena pérola minimalista, poucos acordes, e uma caixa de ritmos em vez da bateria. É o próprio Moxham que canta a música.

O final da letra é enigmático, mas tem pinta:

Don't you feel insecure,
All about your love for me?
There's nothing I Adore,
more than a fake ugly day

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Recordando os Triffids

Hoje reparei, por acaso, que se cumpriram, há uns dias, 10 anos sobre a morte do vocalista dos australianos The Triffids, que são,para mim, uma das melhores bandas pop-rock dos anos 80.
Ainda me lembro bem de ter lido a notícia da sua morte, no jornal Blitz,numa nota de rodapé, que tinha para aí umas 3 linhas.
Desde essa altura, as coisas mudaram um pouco. Os anos 80 voltaram a estar na moda, e algumas bandas, como os Go-Betweens (que também já não existem), tiveram um pouco da atenção mediática merecida.
O catálogo dos Triffids tem vindo a ser reeditado, mas ainda é complicado encontrar os seus discos pelas lojas (não é que hoje em dia isso seja um problema). Também é complicado encontrar vídeoclips deles com qualidade, parece que os rapazes não tinham muito jeito para a coisa.
Por isso, é melhor abstrairmo-nos das imagens e ouvir só esta música, chamada Red Poney, do seu álbum de estreia, Treeless Plain, de 1983.


sábado, 31 de janeiro de 2009

Post Domingueiro, ou de Sábado à Noite (tanto faz)

Não percebo muito das configurações de blogs, por isso não sei muito bem colocar no blog a hora exacta em que o mesmo foi publicado. Por isso, se a hora de publicação deste post for declarada como sendo às 22, ou às 15.30, não acreditem. Na verdade, estou a escrever e a publicar este post às 5 da manhã. "Ah, 5 da manhã, seu grande maluco", dirão vocês. E eu responderei: não, LOL, não me deito a esta hora por ter andado a fazer noitadas. Na verdade, nesta noite de chuva, a única coisa que fiz foi sair de casa, há 3 horas atrás, para ir num instante buscar um pão com chouriço à padaria, na Rua da Rosa. E acrescento uma coisa: estou cheio de sono. E perguntarão: "então, mas se estás cheio de sono, porque é que não vais dormir?" Eu direi: porque, apesar de andar cheio de sono, ainda tenho um poucochinho mais de insónias do que de sono. Por isso, se me for deitar, estarei a UM pequeno passo de adormecer, mas as insónias levarão a melhor, e ficarei a UM passo de enlouquecer, de tanto tempo ficar às voltas na cama.
E é assim.
Mas esperem lá- há uma coisa que detesto ainda mais do que as insónias: é escrever posts ultra-pessoais, como se estivesse a fazer o meu diário online, onde conto as tristezas e agruras da minha vida. Por isso, não acreditem no que está escrito aqui atrás. Ou melhor, acreditem, mas como se fosse uma peça de ficção. Eu nem sequer tenho insónias, e esta peça foi publicada às 10 e meia de um Domingo (às 5 da manhã estava a dormir, ou num bar qualquer, já não me lembro).

sábado, 24 de janeiro de 2009

As minhas viagens-parte 2

Prossigo com as minhas viagens exóticas, por terras distantes, nunca antes atravessadas pelo homem ocidental. Ontem à noite, a conselho de uma leitora, fui visitar um local onde a fauna é, de facto, deveras interessante. Chamam a esse sítio “Martim Moniz”, e as pessoas são extremamente atenciosas. Quando me viram de máquina fotográfica na mão, ofereceram-se logo para pegarem na máquina, para me tirarem fotografias. Eu agradeci, mas recusei, pois não quero incomodar.
Fiquei surpreendido com o magnífico Sistema de Saúde existente em Portugal. Qual não foi o meu espanto, quando vi que existem, até, Hospitais para as Camisas! A foto que tirei está tremida, mas vou explicar a legenda: “Hospital das Camisas- punhos, transformações e confecções. Rouparia para panificação e Pastelaria”.
Emocionado com a bondade deste Estado-Providência, que não deixa as camisas fora do âmbito do seu Sistema de Saúde, construí um pequeno texto, sobre camisas e transformações, que coloquei a seguir a este post, onde lhe dou o nome de “Entremez das Camisas”.



Entremez das Camisas

CAMISA FILHO- pai, mãe, tenho uma revelação a fazer-vos!
CAMISA PAI- filho, que aspecto é esse? Parece que não és engomado há 2 dias!
CAMISA MÃE- é verdade, que aspecto desmazelado! Assim, não consegues arranjar estágio, ao pé das outras camisas brancas, de colarinho engomado!
CAMISA FILHO- e o que é que isso me interessa?
CAMISA PAI- o que é que te interessa? Olha, sabias que a camisa branca da Maconde, aquela nossa vizinha, que foi feita ao mesmo tempo que tu, e que tem exactamente as mesmas medidas que tu, arranjou o segundo trabalho, a servir de peça de roupa a um Director Geral?
CAMISA MÃE- é verdade! E agora, tem direito a uma gaveta própria, só para ela!
CAMISA FILHO- depois falamos sobre isso! Queria contar-vos uma coisa importante!
CAMISA MÃE- o que é que foi? Não me vais dizer que arranjaste outra namorada esquisita?
CAMISA PAI- sim, como aquela camisa vermelha horrível, que nos apresentaste! Nem sequer tinha mangas, que horror! Que bandalha!
CAMISA MÃE- quantas vezes é que já te dissemos que devias namorar com camisas do teu estatuto, brancas, sem riscas, mangas compridas e colarinhos engomados?
CAMISA FILHO- olhem, é sobre isso mesmo que vos queria falar! Já não aguento mais! Não me sinto bem no meu tecido, nem nunca me senti!
CAMISA PAI- o que queres dizer com isso?
CAMISA FILHO- quero dizer que, desde pequeno, nunca me senti como uma camisa! E quando comecei a crescer, fui-me sentindo cada vez mais, uma camisa diferente!
CAMISA MÃE- não percebo….
CAMISA FILHO- mãe, pai, gosto muito de vocês, mas não me sinto uma camisa! Nunca vos disse isso, mas quando saía à noite, com os meus amigos, metia-me sempre por baixo de camisolas de gola alta, para parecer uma tshirt! E tingia-me de cor de rosa, porque não gosto de ser branca, não me sinto branca, nem nunca senti! Depois, chegava a casa, e tomava logo um banho, para me desaparecer o cor-de-rosa, e para vocês não repararem!
CAMISA PAI- não acredito! Mentes!
CAMISA FILHO- Então, olhem para estas fotografias, que estão aqui nesta gaveta!
(o filho mostra aos pais várias fotos, onde surge em diversas poses, mascarado de tshirt cor-de-rosa)
CAMISA MÃE (a chorar)- ai, que horror!
CAMISA PAI- vês o que estás a fazer à tua mãe?
CAMISA FILHO- não tenho culpa! Eu sinto-me diferente, e não aguento mais isto! Olhem….sabem que mais? Vou fazer uma transformação ao Hospital das Camisas!
CAMISA PAI- uma transformação?
CAMISA FILHO- sim, já arranjei dinheiro, e vou ao Hospital das camisas, transformar-me, para ficar, para sempre, uma tshirt cor-de-rosa! E vocês não me podem impedir! E vou mudar de nome! A partir de agora, tratem-me por Pinky, a Tshirt de látex, orgulhosamente cor-de-rosa!
CAMISA PAI- filho, condeno-te neste instante à morte por afogamento!
CAMISA FILHO- queridos pais, apesar de tudo, sempre vos amei!

Neste momento, a CAMISA FILHO abriu a janela e saltou, deixando-se cair no vazio, e ficou a sobrevoar lentamente as ruas da cidade. Nesse momento, havia um imenso e interminável trânsito, que a CAMISA FILHO conseguiu contornar, habilmente, usando as suas mangas como se de asas se tratassem, aproveitando a direcção do vento, que soprava forte, vindo de Leste, para ficar a pairar, durante vários minutos, sobre a azáfama do fim de tarde.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

uma importante dúvida, que me tira o sono durante as noites

Alguém me sabe explicar porque é que o Conan O'Brien diz, em TODOS os seus programas, a seguinte expressão: "We've got a great show tonight"?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

As minhas viagens existencialistas, nº1


Os meus amigos andam todos a viajar. Recebo emails da Nigéria, de Timor-Leste, de Paris, de Berlim, de Barcelona, de S. Tomé e Príncipe....e depois, mandam-me postais, com imagens dos locais, e relatos das ocorrências.
Não me quero deixar ficar para trás. Por isso, neste blog, vou passar a fazer um diário de ocorrências, onde mostro fotos de locais que visito no meu dia-a-dia, nas minhas viagens exóticas, no ano de 2009.
Depois, nas férias de Verão, podemos todos juntar-nos, e enquanto os meus amigos falam dos seus fantásticos encontros com os indíos da Polinésia-Sud-Asíática, não me deixarei ficar para trás, qual "animal da terrinha", e relatarei, também, fidedignamente, os meus perigosos relatos, de encontros com locais em terras selvagens e distantes!
Em primeiro lugar, fica a fotografia deste sítio, quase-selvagem, que apelidaram de "Avenida da Liberdade".
Esperem pelos relatos das minhas aventuras!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ocupações

Para o filme “Chacun son cinema”, feito por ocasião do 60º Aniversário do Festival de Cinema de Cannes, foi pedido a 33 realizadores diferentes, do mundo inteiro, que realizassem uma Curta-Metragem com a duração de 3 minutos, e que reflectisse os seus sentimentos sobre o Cinema.
Os resultados foram, obviamente, díspares, mas houve alguns filmes claramente satisfatórios: o de Cronenberg (como sempre), o de Kaurismaki, o muito divertido filme de Polanski, ou, a grande surpresa, a bela Curta-Metragem do brasileiro Walter Salles.
Alguns filmes foram bizarros: nesta categoria, colocaria o habitual David Lynch, ou o filme de Manoel de Oliveira (com João Bénard da Costa a fazer de Papa João XXIII!!!).
Outro momento bizarro ocorre com a Curta-Metragem do inconstante Lars Von Trier, de seu nome: “Occupations”. Mas vejam: