quarta-feira, 19 de março de 2008

Novo Vídeo dos Portishead

Vem aí o terceiro álbum dos Portishead, de seu nome "Third", o primeiro disco de originais em 11 anos. Confesso que estava desconfiado com o resultado final, e ainda não ouvi o disco, mas o single de apresentação do disco, "Machine Gun", deixa boas referências...

terça-feira, 18 de março de 2008

A Bela Carreira do Tony

Na televisão, uma repórter entusiasmada a entrevistar o Artista. Como se sente? Está nervoso? Pavilhão Atlântico cheio, mais de 17 mil pessoas a assistir! E o Artista, sereno, diz apenas para as pessoas verem os outros espectáculos da digressão. E o repórter explica, a RTP está a seguir a passo e passo o concerto de Tony Carreira no Pavilhão Atlântico! Um exclusivo! Mas não é só. Tony Carreira aparece como convidado em Talkshows, vai a galas, mostra a casa nas capas das revistas. E há o filho, o grande Mickael, cópia do pai, mas em foleiro-jovem.
E Tony Carreira continua a explicar: são mais de 250 técnicos, no total, para as luzes, o som, mais uma quantidade enorme de instrumentistas para tocarem aquelas pérolas.
Eu fico embasbacado. É o sinal típico do músico parolo. Quanto mais instrumentistas em palco, maior sinal de "qualidade". Se houver 10 meninas a cantar coros, mais 5 macacos na percussão, mais não sei quantos órgãos e guitarristas solo, temos o que o povo gosta, o espectáculo total. Faz-me lembrar uma crítica muito antiga que um jornal fez a um disco de Elton John, que tinha uma capa muito rococó. Chamou-lhe "cocó de luxo". Parece-me um termo bem aplicado a toda esta parafernália de Tony Carreira. Muitos rodriguinhos, muito spray para tentar desviar o mau cheiro.
Este é o tipo de artista que mais me irrita. O pimba com ambições qualitativas. Pelo menos, o Toy é o Toy, o Graciano Saga, é o Graciano Chaga. Mas o Tony Carreira não. O Tony Carreira é o nosso "cantor romântico", com muitos técnicos e muitas luzes.
Não me irritaria se não lhe dessem importância. Agora, fazerem directos e transmissões na RTP, a Estação Público, é que já me enoja. E não me falem do serviço público, de dar ao público o que este quer. Serviço público deveria implicar educação. Mas temos os artistas que merecemos.
Há 15 anos havia programas de música, como o Pop Off, que divulgava novos artistas portugueses, e até os ajudava a criar vídeos, com baixo orçamento. Até O Euroritmias convidava artistas como os Ocaso Épico.
Agora, temos Academias de Estrelas, onde macaquinhos de imitação vão fazer provas de esforço para poderem, um dia, alcançar o sonho de participarem no Festival da Canção.
Temos o Tony Carreira elevado a estatuto de ícone.
Não vale a pena estar a gastar mais linhas com isto. Divirtam-se.

domingo, 16 de março de 2008

Funplex

Sempre nutri uma especial simpatia pelos B-52's. Alegres, simpáticos, despretensiosos, com as letras mais estupidamente imbecis que se poderia imaginar. Os dois primeiros álbuns eram os melhores, ainda dominados pela guitarra surf rock do Ricky Wilson, e com músicas genuinamente fantásticas, como Planet Claire, Rock Lobster, Lava, Give me back my man, My Own Private Idaho, Strobe Light...
O Mesopotomia ainda é bastante bom, mudaram um pouco de estilo com a produção do David Byrne, e tem Deep Sleep e o tema título, entre outros, como clássicos. Depois, foram deixando o lado goofy vir cada vez mais ao de cima, abandonaram as guitarras surf e substituíram-nas por sintetizadores. O disco seguinte, Whammy!, é desigual, mas tem grandes temas, como Song for a Future Generation, Butterbean, ou o fantástico Legal Tender.
Depois, veio a tragédia. O guitarrista e líder criativo Ricky Wilson morreu de sida, e os B-52's editaram um álbum menor, com um som datadíssimo, de onde só se escapavam algumas grandes músicas, como Wig.
Curiosamente, o grande sucesso comercial veio em 1989, com Cosmic Thing e o single Love Shack. Mas esses eram outros B-52's, simpáticos, polidos, politicamente correctos e ultra-comerciais. Do disco seguinte, de 1992, mais vale não dizer nada. Depois, exceptuando uma patética participação na banda sonora dos Flinstones, nada. Até que foram surgindo, desde há alguns anos, rumores que indicavam a existência de um novo disco de originais.
Ansiei por tal não acontecer, dados os últimos antecedentes.
Mas eis que chega no fim do mês o novo "Funplex". Continuo a pensar que não deve ser nada do outro mundo, mas já ouvi o primeiro single, de seu nome....Funplex. Confesso que foi uma agradável surpresa, e os B-52's mostram, neste tema, uma garra que parecia perdida há muito.
Na minha opinião, é a sua melhor música desde há muito, muito tempo....não é genial, mas é divertida.
Não há videoclip, tirei isto de um vídeo feito por fãs, com base em várias fotografias. E venha daí o disco!

segunda-feira, 10 de março de 2008

A música perdida da minha infância

Como um senhor vetusto que se preze, comecei a ouvir música em vinis, nos longínquos anos oitenta. Não sei porquê, mas o meu artista favorito, era o Paul McCartney. Sim, o homem a solo, não o seu período nos Beatles. E gostava dos seus discos dos anos 80, Tug of War, Give My Regards to Broad Street, etc....
Era a fase dos sintetizadores foleiros. E havia um programa qualquer de manhã que passava todos os dias uns videoclips. Dentro desses videoclips, havia um que eu adorava. Era com um barbudo e com outro senhor. Não sei porque é que a música me fascinava tanto, talvez pelo videoclip, que me divertia muito. Mas era a MINHA música. Tentei saber o nome do grupo, mas sem sucesso. Lembro-me que, nuns anos meus, talvez quando fiz oito anos, apenas queria o disco com essa música. Mas ninguém sabia do que se tratava. Lembro-me de descrever o vídeo ao irmão mais velho de um colega meu, e de fazer tristes figuras com isso, mas nada....
Sabia só que tinha muitas imagens. Talvez por isso me tenham oferecido o single de um grupo chamado Images, com uma música de seu nome "Love Emotions". Escusado será dizer que essa canção (péssima) não correspondia à minha música favorita.
E assim foi. O meu irmão pôde regalar-se com os Europe e com o seu Final Countdown. Eu fiquei sem poder ouvir em casa a minha música do senhor barbudo.
Passaram-se anos. Cheguei a pesquisar na net, através da palavras passe tipo "80's hits", para ver se encontrava a canção-mistério.
Até que há poucos anos, numa discoteca que passava muita foleirada dos 80's, a ouvi de novo.
Corri para o DJ e perguntei-lhe o nome. Ele disse-me: Right Between The Eyes, dos Wax. não conhecia o nome, apontei. E voltei a ouvir.
Escusado será dizer que a música é tenebrosa e o vídeo horroroso. Mas fiquei satisfeito, passados tantos anos. Já posso cantarolá-la em casa!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Entrevista de Emprego

- Bom dia
- Bom dia....
- Estou a falar com o Dr. Odradek?
- É o próprio...
- Daqui fala da sociedade Bettentcourt & Allmeida, Lda...
- Ah?
- O Dr. Odradek veio outro dia ao nosso escritório para uma entrevista....
- Ah, sim, claro, claro!!
- Pois...
- Mas diga, há novidades?
- Olhe, Dr. Odradek...no currículo que nos apresentou e durante a entrevista de trabalho, omitiu-nos um facto importante....
- Que facto??
- Ora, Dr. Odradek....o facto de o Dr. ser cadastrado!
- Cadastrado?? Não estou a entender....
- Dr. Odradek, o Dr. tem registo criminal, já foi condenado por um crime....
- Um crime? Desculpe, mas há aqui algum engano....
- Não há engano nenhum, Dr. Odradek! Nós verificámos....
- Mas não pode ser, juro!! A única coisa errada que eu já fiz na vida foi não pagar uma ou outra multa por estar mal estacionado, isso não equivale....
- Ah, mas não é disso que estamos a falar....
- Então, é de quê?
- Um crime que cometeu...
- Um crime que cometi? Mas que crime? Desculpe, mas sinto-me como um personagem do Processo, do Kafka, não me lembro de ter cometido crime algum.....compreenda...diga-me, pelo menos, do que sou acusado!!
- Eu compreendo, Dr. Odradek, e vou dizer o crime pelo qual foi condenado....foi o crime de....

SÃO HORAS DE ACORDAR. SÃO OITO HORAS E TRINTA MINUTOS

Devia ter programado para 5 minutos mais tarde. Sempre saberia qual o crime que eu cometi, para ser condenado...
Tenho de ir a menos entrevistas de emprego.